Quando eu morrer eu quero ser partido, separado, retalhado, quando eu morrer eu quero ser cortado, espedaçado, quero que presenteiem quem precise com meus pedaços, quero ser vida.
Quando eu morrer quero, ser retalhado, e o que sobrar podem enterrar em algum buraco, pode jogar na água, podem atear fogo como um archote de gordura.
Joguem-me de um alto edifício, pros meus restos voarem, voarem na água da fonte, no café de quem se alimenta nas calçadas, nos olhos de quem tenta ler um livro. Quero incomodar em morte, tanto quanto incomodei em vida.