Soy, este sou eu hoje, sentado no meu já habitual cigarro com café, penso sobre a falta do cigarro de amanhã, preciso ir comprar fumo, penso na necessidade da compra, no plantio, penso na terra, penso na terra onde moro,
Dou uma tragada forte e tenho meus pulmões respirando a fumaça da noite passada, a fumaça da insegurança, da embriaguez, dos medos, do frio, a fumaça triste e densa de uma noite de solidão.
Penso em tudo e em nada sinto, penso em tudo, e me vejo reconstruído, com palavras simples, com momentos leves, penso na sinceridade, vejo os sinais da omissão, e penso que viva o tempo.
Soy, um marinheiro que pigarreia, que tem pouco tempo, que toma um gole rápido de amargo café, meio frio meio quente, o sol ainda não me esquentou por completo, tenho compromissos, tenho que ser rápido.
Penso nos rios, penso na morte, no tempo, penso nas dívidas que deixamos, nas decisões, em decidir, sem se deixar fluir, penso na morte novamente, na partida, coço minha perna e penso no rio, penso que sou marinheiro em busca de seu rio, penso em como rios atravessam as pedras e fluem, calmamente fluem, ora rápido ora lento, olho para o relógio e penso que to atrasado, ainda nõ, ainda há tempo.
Soy um marinheiro olhando as barragens que criamos, e que impedem o rio de seguir seu fluxo, que transbordam tudo ao redor, e o quanto esta água deve ser pesada, olho meu gato brincando na cama, e penso no outro gato, o do telhado, w noto que ele não está mais lá, está deitado dentro de casa, num sofá quente e dorme. Penso no tempo de dormir, em acordar. em renascer, eu como cada manhã me afeta, me acorda. flue, como um rio.
Meu café deve estar frio já, e realmente estou agora atrasado.