Você já foi sol. estrela que brilhava alegre nas manhãs escuras, no começo dos tempos.
Que esquentava o nada, iluminando, o que olhos ainda inexistentes veriam num passado futuro.
Hoje pequeno riso que desdobra em minha boca, quando brilha ainda tímida em minha memória.
Como estrelas que nos rodeiam, dentro de olhos, sinceros, profundos, cansados.
Uma brisa leve beija minha pele, teu perfume.

Sóis explodem todo o segundo, vislumbradas por planetas mortos em mundos de poeira e vento.
Já foste estrela, que norteava o navegar de marujos, capitães errantes, com saudades de algo que nunca viveram, e que a luz do dia, se perdiam, a procura do teu brilho.
No mar, solto, à deriva, de amores e ventos, saudades e perfumes, beijos e abraços.
Sem ti, sem estrela, sem sol.

Hoje és tu, sol estrela, memória morta, escrita desgarrada, que se abriga,
Em mim, no tempo, no espaço.
Navegar.
No tempo, de ser eu, de ser tu, de ser estrela, de ser poeira, de ser nós.
Navegar.
No espaço, solto de incertezas e fronteiras, amores e bandeiras.
Avante, navegantes amadores.