Há manchas de batom nas minhas camisas, na minha pele, nos meus pelos.
Hálito de cigarro varre meu olfato, como um soco fraco demais para sangrar, mas na medida certa para deixar roxo.
Sirvo mais um copo, de gole em gole de algum veneno registrado.
Relembro as lágrimas, as risadas, os gemidos ofegantes em tardes quentes de amor salgado.
Rio, Sorrio como uma criança quando vê um bolo quente.
Há como eram quentes, até nossos dias de inverno, nossos casos escondidos, nossos amores proibidos.
Relembro de aromas, cores, da solidão.
Das noites sobre a grama, que escutavam nossos segredos, nosso gritos abafados de êxtase.
Mesma grama pisada, que lambeu minhas lágrimas na despedida.
Dias de cegueira, loucura, noites de lágrimas.
Amor, me machucou, me enfraqueceu, me fez vivo.
Amor. tão bom, fugir e busca-lo.