É menina, o tempo caminha, roda rodopia.
Nos tempos tardios, de rebeldes abrasados.
É menina, o tempo se vai.
Qual barco que some no rio dourado.
Qual saudade que faz sua casa na calada da noite.
No copo vazio, na fumaça que sussurra.
Amores e desejos, nas bocas, nos teus beijos.
É menina, a luta é diária.
Contra a saudade, contra a pátria, contra o teu olhar.
Que me destrói e me aniquila, que me instiga.
É menina, a estrada é minha sina, minha amiga, minha amante.
Que me embala e me leva.
Para longe, do que me estraga, que me prende, do que me abafa.
É menina vou para longe.
De todos, de mim, do que poderia, do que não pode, do que deixou.
Um peito ardido, uma parede riscada, a tinta descascada.
Da vida que foi, do tempo que anda.
Para ti e para mim, menina.