Lá longe, um bardo canta sobre raios e terra, o vento corta a carne,o nervo e o osso.
Os passos cruzam os estreitos e escuros caminhos dessa cidade.
Eu me canso, Ha muito eu me canso, ha muito eu insisto.
Em te abraçar, te cheirar, te amar.
Homens bradam a fúria de outros homens.
E quem quer gritar, chora acovardado num canto,
Pelo peito partido escorre o negro sangue da indiferença.
Pela boca mofada, as palavras prontas se misturam aos sorrisos falsos, Por tudo que foi.
Passos, me restam passos ao final das estradas, saudades ao final dos dias.
Me restam dores, no corpo, nas cicatrizes, no estomago.
Um verme silencioso corroendo tudo de humano que já existiu.
A velha espada embainhada já é pesada para braços tão machucados.
Um bandeira esfarrapada, serve de cama, para o corpo entumecido de algum ser que ali repousa.
Não mais homem de honrarias, nem bardo de voz limpa.
Rouco, pelo frio da noite, calejado pelas batalhas do dia, triste pelos olhos mesquinhos.
O  silêncio é seu maior canto, em olhos que falam, de sonhos e desamores.
Num corpo marcado pelos desejos.
Palavras se confundem, sonho e terra, mar e raposas, barcos e estrelas.
Sonhos afogam a sono, a boca, a vida, o peito.