Eu sempre calo quando você passa, eu calo e engulo o seu cheiro, eu sempre olho quando você se vai, olho quieto.
Eu não sei quando certas coisas acabam, nem tampouco sei onde elas vão dar.
Na verdade nunca quis saber muita coisa.
Na verdade, eu nem sei o que eu quero, se quero, ou se vou um dia querer.
Posso passar as horas te observando, quieto e distante, nunca me levante a mão, nunca me de um sorriso.
sua juventude já deturpada ofusca essa minha nobreza miserável.
Essa minha falsa simpatia, convence de que sou alguém que valha a pena ser amigo, não se engane, eu não estou aqui porque amo você.
Mentiras contadas muitas vezes se tornam verdades, amores jurados muita vezes, se tornam rotina.
Não mais me injeto de sua beleza, nem me atiro no seu falso sabor.
Não mais escrevo textos bem feitos e bonitos para satisfazer falsos apreciadores, nem para arrancar falsos sorrisos,
Falsidades estão espalhadas pelo ar, mentiras todos os dias são juradas como verdades, e você no seu glorioso pedestal, se julga uma deusa, soberba em agonia eterna, em isolamento eterno.
Não me faço aqui as vezes de profeta, nem de outro charlatão qualquer, replicando palavras de falsos deuses, nem tão pouco venho rogar pragas para tua vida, não sou cigano para tal. Mas te digo, tu ainda vai cair do seu trono, ainda vai cair tal qual Ícaro.
Pegue seu ar de putinha de luxo, e guarde-o na gaveta das sua ilusões.
Não meu bem, você não vale nem a metade dessas palavras, é que o dia estava tão feliz, que resolvi sofrer um pouco, e lembrar de ti, idiota que fui.