Já faz um tempo que não te vejo
E no meu peito a solidão já se faz alento
E que assim voa o vento, de encontro ao tempo
E assim flutua o mar uma nau chorosa de saudade
Um navio carrancudo de amargura
Assim sopra o vento, de encontro ao tempo
Onde o corpo dança a loucura que os músculos gritam
Onde as pernas bambas preferem parar
Onde o olho já seco, prefere atrás de lentes se esconder
E não te ver, e não te ver.
Voa o vento, para além do tempo
Para além da tristeza insurgente.
Que provoca a vida.
E numa jogada perdida, se faz bonita, se faz poesia.