Rios que se envergam em mim, cortam meu ser em inúmeras dores, desaguam no meu ser calados amores, encharcam meus desejos, me prendem.
Olhos que se arrastam em mim, quentes, profundos, fortes como uma fria noite de inverno, aquecida pelo fogo do desejo, chacoalhado pela embriaguez, profano, mundano, real.
Rasga-se a face crua da distancia, expurga-se os demônios calados do medo.teu corpo.
Encontra-se, perdida em algum lugar do meu ser, encontra-se, teu toque, teu hálito.
A mão que afaga a pele, fria, a mão que reconhece o toque.
O toque que relembra a saudade.
A noite, que brinda quem ousa amar.
O sol, a mão que procura e não acha.
E na inconstância do ser, resigna-se, se era sonho ou pesadelo, só fica a saudade.