As vezes, esqueço quem sou, vago incessantemente em existências criadas no medo de não ser.
Calo a boca dos horrores matutinos dos tele jornais em boca vazias de cigarros mofados.
Triste percalço do poeta, sem tristezas, sem pesares, domingueia a vida, num sofá que gruda no calor.
Maldiz a vida, tão sofrida, e renasce em êxtase nas noites de promessas rotas.
Triste óculos esquecido no armário das lembranças, não mais vê as alegrias coloridas, de dias frios a beira mar.
Deseja a fuga, a estrada, a morte?
Deseja a loucura, como sua mais fugas amante?
Ou brinca com a morte? essa inconstante criança?
Caminho em sóis escaldantes, que me desfazem em existência vazia e lágrimas.
Sentido algum que me leve, ou me traga, de lugares vazios.
Há uma boca que beija, e uma que vomite, a vida, mesma medida.