Levo a vida num rio arteiro.
peito aberto contra o tempo.
no desclamor de uma saudade,
olho comprido refulgi longe
a tempestade que venta forte.
já vai a longe um canto triste
que a vida leva
qual barco a vela
vai navegando
beijando o vento

que venho, lugar distante
disfarça o choro no sorriso
e traz o brilho, um olho acesso
uma alegria, pintando o tempo

Venho de um tempo
que não existe
de algum lugar por andei
tenho a noite
de companheira,
e a lua amena
me afaga a fronte.


é tinta fresca
palavra acessa
na boca suja
que morde a vida
que suga o amor
e goza rindo
sem pudor.